30.10.08

Deus provavelmente não existe. Divirta-se

Os mais crentes não precisam deixar de visitar o Textos etc, tampouco os ateus terão neste post um motivo para festa. O título deste post tem a ver com matéria do site da revista Época que conta a história da jornalista inglesa Ariane Sherine, de 28 anos. Quando caminhava lépida e fagueira por Londres, Sherine deparou-se com um ônibus que estampava a propaganda de um grupo protestante: "Quando o filho Dele vier, ele encontrará fé na Terra?". Atéia convicta, Sherine entrou no site indicado no anúncio e impressionou-se com o teor ofensivo aos que não acreditam em Deus. "Você será condenada a separar-se de Deus e passará a eternidade em tormento no inferno", sentenciava o tal grupo.

Indignada, Sherine tentou reclamar com o órgão que regula a publicidade inglesa (o equivalente ao nosso Conar) mas a funcionária que a atendeu alegou que nada podiam fazer, pois a ofensa estava num site e não numa peça publicitária. Indignada, a moça escreveu em junho um artigo para o The Guardian e convocou ateus e simpatizantes da causa para, juntos, colocarem nos ônibus londrinos propaganda de teor ateu.

Pedindo 5 libras a 4680 ateus, ela esperava colocar pôsteres em 60 ônibus durante um período de quatro semanas, mas a idéia cresceu. Ganhou o apoio da British Humanist Association, grupo que promove causas ateístas no Reino Unido, e do acadêmico britânico Richard Dawkins, autor do livro Deus, um delírio. Os primeiros anúncios saem em janeiro e devem também estar presentes em outros espaços da cidade, como na simulação ao lado, na fachada de um shopping. O slogan "Deus provavelmente não existe", acompanhado da frase "Agora pare de se preocupar e divirta-se" tem uma outra curiosidade embutida.

Em publicidade, é antiético dizer alguma coisa que você não pode provar. Daí o "provavelmente", inspirado no famoso slogan da cerveja Carlsberg: "Probably the best lager in the world" (Provavelmente a melhor cerveja do mundo). O redator da Carlsberg, que não poderia jamais provar objetivamente um adjetivo tão subjetivo quanto "melhor", teve que apelar, engenhosamente, para o "provavelmente".

22.10.08

Eloá minuto a minuto

Eram pouco mais de seis horas da tarde de uma sexta-feira, 17 de outubro, quando saí da minha baia, no trabalho, para ficar mais perto da televisão da redação e assistir aos policiais militares paulistas invadirem o apartamento de Santo André, onde, havia quatro dias, Eloá Pimentel e Nayara Rodrigues da Silva eram mantidas reféns. Nas dezenas de mesas à minha volta, outros trinta jornalistas trabalhavam, uns apurando o porquê da baixa audiência da terceira temporada do seriado americano Heroes, outros colhendo opiniões de famosos sobre a gravidez de Ivete Sangalo, e eu preparando um material sobre o Festival de Cinema do Rio.

Como em muitas redações de jornalismo, cerca de dez televisores ficam ligados durante todo o dia, sintonizados na TV Globo ou na Globonews, para que todos possam, seja qual for a posição em que se encontrem, assistir às últimas notícias. Imediatamente anunciado o início da invasão, todos passaram a dividir suas atenções entre seus próprios trabalhos e os lances que a TV transmitia, minuto a minuto. Mas o interesse naquela redação estava além do comum, acima da expectativa que normalmente essas grandes tragédias urbanas geram.

Gente de comunicação quase entra em êxtase ao acompanhar essas coberturas, pois se preocupa não só com o conteúdo humano do que é contado, mas também com a forma escolhida para narrar os fatos. Comparar ângulos escolhidos pelos cinegrafistas de um ou outro canal, a diferença entre as locuções dos âncoras, ou se impressionar com a qualidade da captação de som, tudo dava enorme prazer àquele grupo, que, é bom dizer, nada tinha de sádico. Provavelmente deva ser a mesma sensação que economistas têm ao ver o sobe e desce incessante das bolsas.

Eis, então, que algo aconteceu para aumentar ainda mais a tensão que pairava no ar, provocada por um misto de fome midiática com o natural receio que tínhamos pela vida de todos os envolvidos. Poucos minutos depois de a polícia decidir invadir o apartamento, o Plantão da TV Globo foi acionado, interrompendo uma cena da novela Negócio da China, e a emissora começou uma transmissão que duraria cerca de quinze minutos, mostrando ao vivo todos os detalhes da operação. Visto o estouro da bomba lançada pela polícia, ouvidos os estampidos que pareciam tiros, apesar da torcida geral em contrário, as emissoras e os portais de internet começaram uma guerra de informações digna daquelas teses acadêmicas cheias de teorias. Paralela a esse primeiro conflito, cada jornalista daquela redação começou a travar uma segunda batalha particular.

O primeiro round foi marcado pela total falta de informações sobre o resultado da invasão, como se um ensaio geral fosse necessário para a sucessão de relatos que viria a seguir. Mãos ainda mais suadas e imensos copos de café reabastecidos, cada um procurava achar uma posição que contemplasse simultaneamente o monitor de seu computador de trabalho e algum dos televisores da redação. Passados dois ou três minutos, tudo começou.

As câmeras mostraram uma pessoa sendo retirada do prédio por para-médicos, carregada sobre uma maca, com o rosto coberto. Minutos depois, outra maca foi levada, cuja vítima também não podia ser vista pelas câmeras. Mas era possível ver que se tratava de alguém bastante ensangüentado na altura da perna. As cenas do resgate por macas elevaram ainda mais o lado hollywoodiano de tudo aquilo. Quem estaria sendo carregado? Eloá? Nayara? Lindemberg? Algum policial? Baia a baia, a síndrome do palpite começou a se alastrar. "Ai meu Deus, pelo tamanho do corpo pode ser alguma das meninas", disse uma ensaiando o choro. "Claro que não! Os policiais devem ter matado o seqüestrador, como fizeram com o garoto do 174", respondeu uma redatora no ato, lembrando as muitas semelhanças entre aquele caso e o seqüestro do ônibus 174, no Rio de Janeiro, em 2000. No mesmo compasso que os jornalistas do lado de cá da televisão, os repórteres do lado de lá, numa posição bem menos confortável, limitavam-se a narrar as imagens, certamente por não dispor de outras informações além das implícitas.

Entre elucubrações sobre o resultado da invasão e reações indignadas sobre a decisão da polícia, eu e alguns colegas decidimos percorrer outros sites de notícias para, numa tentativa de saciar a tal fome midiática, ver como os diferentes meios, internet e TV, tratavam o assunto, e qual daria primeiro as notícias. Os dois deram quase ao mesmo tempo a informação de que as duas vitimas nas macas eram realmente as meninas Eloá e Nayara. A TV Globo apresentava o Plantão, a Globonews idem, e os sites Folha Online e G1 sequer geravam matérias, optando apenas por criar imensos boxes em suas primeiras páginas, sem que o texto escrito nas manchetes correspondesse a algum link. Era apenas a informação, nua, crua, e dura: "Seqüestro no ABC termina de forma trágica e meninas são baleadas".

As reações de todos ali, naquele momento, foram parecidas num ponto e diferentes noutro. Parecidas porque raiva, medo, pena, indignação, impotência, tudo era compartilhado pelos coleguinhas (forma mezzo carinhosa mezzo corporativista pela qual um jornalista se refere a outro), que, antes de jornalistas, eram pessoas. Mas algo os diferenciava, justamente por serem, além de pessoas, também jornalistas: ninguém conseguia deixar transparecer como aquela notícia tinha abalado a todos. Matéria-prima diária, que apuramos, escrevemos, filmamos, gravamos, fotografamos, editamos e reproduzimos, a notícia deveria ser algo contra a qual estávamos há tempo vacinados. Mas não estávamos e, na inútil tentativa de simular uma falsa supremacia do jornalista sobre ela, cada um começou a fazer um grande exercício teatral para camuflar o contrário. Uns preferiam simplesmente parar de acompanhar a cobertura, mergulhando nas últimas peripécias da cantora Amy Winehouse, ou trabalhando na tradução de um vídeo americano de humor. Outros vociferavam contra a polícia, contra o seqüestrador, contra as (in)decisões e supostas covardias das mais de 100 horas de negociação. Um, mais filosófico, banhava-se de pessimismo e atribuía aquele desenlace ao caráter pérfido do ser humano e à sua enorme capacidade de auto-destruição.

Mas o desfecho estava longe do fim, o que ficou claro com o furo (como os veículos chamam as notícias que dão na frente dos concorrentes) noticiado pela Folha Online. Dessa vez, a manchete era acompanhada de uma pequena chamada que, clicada, levava a um texto, curto e simples, provavelmente redigido com a pressa exigida pelo jornalismo on-line. Reproduzindo informações passadas pelo secretário de segurança Ronaldo Marzagão, o governador José Serra informara à jornalista Cátia Seabra que a garota Eloá havia falecido logo após chegar ao Centro Hospitalar de Santo André, vítima de um tiro na cabeça. Não menos dura, essa notícia insuflou novamente escapistas, indignados e pessimistas. Sem pertencer a nenhum dos três grupos, os olhos de uma amiga da baia em frente à minha encheram d'água, ao compartilhar com a mãe, pelo celular, o quanto tudo aquilo era terrível.

Imediatamente, da Folha Online fui para outros sites ver como haviam noticiado a morte da menina. Nada. Só gigantescos dois minutos depois (sim, em internet dois minutos são muito tempo) o G1 colocou no ar um box, apenas com a manchete, sem estar ligado a nenhum texto. "Governo de SP diz que garota Eloá morreu; hospital nega". Foi o auge da guerra. Afinal, uma versão confrontava-se diretamente com a outra. A negativa do hospital podia ser verdadeira, mas como duvidar de uma informação oficial do governo? Os que tinham optado por se refugiar em seus próprios trabalhos foram novamente atraídos para os portais de notícia ou para a frente da televisão. Ainda havia esperança, ainda havia notícia.

Cinco minutos se passaram desde a fagulha acionada pelo G1, e as mãos voltaram a suar com a música do Plantão da TV Globo. Inundando a redação de tristeza, Fátima Bernardes, com ar taciturno, disse que a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes havia informado que a menina Eloá Pimentel acabara de falecer, vítima de dois disparos, um na cabeça e outro na virilha, acontecidos no momento da invasão policial ao apartamento. "A cobertura completa sobre essa tragédia você vai ver no Jornal Nacional."

A partir daí, não restou dúvida de que a menina estava morta. Afinal, a jornalista mais conhecida do Brasil, provavelmente uma das brasileiras com mais credibilidade, apresentadora do produto jornalístico mais consumido, havia acabado de confirmar o acontecido. O próprio formato do Plantão, pensado justamente para dar notícias de impacto e de grande interesse público, contribuiu para que todos aumentássemos nossas certezas. Quem questionasse, argumentando que o hospital desmentia a morte, estava isolado e certamente estaria errado. "Se a TV Globo deu, meu amigo, desista", disse o indignado, que atribuía a negativa do hospital a uma manobra para esconder a truculência policial. O pessimista voltou a vociferar contra a natureza humana e os escapistas aproveitaram o fim de tarde para fumar um cigarro do lado de fora do prédio.

Eu queria acreditar na sobrevivência da garota e, enquanto aumentava o escopo dos sites de notícia bisbilhotados, torcia para que minha intuição estivesse certa. Minutos depois, um colega passou pelo programa de mensagens instantâneas o link para o Uol Notícias, que também reproduzia a versão do hospital. Pouco a pouco, aquela hipótese ganhava corpo. De isolados, os questionadores passaram à nobre e anárquica condição de cavaleiros da esperança. Quinze minutos se passaram sem que o front fosse bombardeado por novas versões, até que a Folha Online contra-atacou. "Governo volta atrás e diz que garota mantida refém permanece em estado grave". Ao reproduzir, com comentários, a manchete por toda a redação o indignado conseguiu o que queria. "Tá vendo? É tudo culpa desses políticos. Eles querem fazer politicagem até com a vida da menina", reclamava elevando o tom de voz. "É verdade! Que horror! Político é mesmo um nojo, né não?", outro resmungou, aderindo ao indignado, que se aprazia ao ver que conquistara mais um seguidor.

Minutos depois da web, a TV saiu da trincheira e também adotou a tática da defesa por meio do ataque. Fátima Bernardes interrompeu novamente a programação, embalada pelo suspense da vinheta, para corrigir em alto e bom tom a confusão e dar nome aos bois : "O Palácio dos Bandeirantes acaba de dizer que não está confirmada a morte da menina Eloá Cristina da Silva. Como dissemos há pouco aqui no Plantão, enquanto o hospital insistia que Eloá estava viva, os assessores de imprensa do Palácio dos Bandeirantes Juliano Nóbrega e Adalberto Botini confirmavam oficialmente a informação da morte. Momentos depois, a assessora de imprensa Paula Santa Maria, também do Palácio, negou a informação, dizendo que Eloá continua internada em estado grave no hospital. Outras informações a qualquer momento e a cobertura completa no Jornal Nacional".

Explicações dadas, responsabilidades repassadas, erros esquecidos, os portais e os telejornais da noite detalharam como haviam sido os tiros que atingiram as duas meninas e quão grave era o estado de Eloá. Terminava a batalha entre as mídias, mas continuava a guerra íntima dos jornalistas, cujos veículos em que trabalhavam até podiam cumprir seus papéis e continuar a competir pela primazia da notícia. Os profissionais, no entanto, numa desoladora e unânime postura, fossem eles pessimistas, indignados, escapistas ou esperançosos, sabiam que a triste, inevitável e derradeira notícia mais cedo ou mais tarde teria que ser dada.

16.10.08

Estupro não é ficção

"Meus pais e irmãs tinham saído e você estava varrendo a sala quando eu e o Adalberto demos o bote. Não lembro qual foi o nosso papo, mas imagino que tenha sido a coisa mais ridícula do mundo. Pedimos, insistimos sem parar para que você “desse” para nós. (…) Lembro de poucos detalhes. Você não queria, mas por força da nossa insistência acabou cedendo. Sinto ódio do Brasil quando penso que você provavelmente tivesse medo de perder o emprego."

O texto acima faz parte da coluna mensal que o cineasta Henrique Goldman assina para a revista Trip. Em setembro, ele assinou o texto Carta aberta a Luísa, em que confessa e pede desculpas à empregada que estuprou junto com um colega quando tinha 14 anos. Numa espécie de catarse, ele termina o texto da seguinte forma:

"Espero que você esteja bem. Espero que para você a memória daquela tarde não seja tão ruim e que você hoje possa rir do que aconteceu."

Já tinha lido o texto de Goldman antes de ler o comentário indignado de Carla Rodrigues, jornalista bastante engajada na luta pelos direitos humanos e, em especial, das mulheres. Mas o blog de Carla me fez ver o quanto aquilo era ainda mais nojento que parecia, tanto da parte do autor quanto da Trip.

Além da clara escrotidão, a posição da Trip, que após polêmica sobre o texto alegou ser um conteúdo fictício, também foi repugnante. A revista publicou uma nota no site pedindo desculpas por não ter informado o caráter fictício na versão impressa e também pela nota biográfica sobre Henrique (notas biográficas são aquelas duas linhas que vêm depois de artigos, informando quem é o autor, o que ele faz etc.). A nota pela qual a revista pede desculpas diz que Henrique, com o tempo, aprendeu a "ser mais jeitosinho com as mulheres".

Com a hipocrisia de lado, deixemos claro, então, que não há evidências que provem ser o texto fictício. Uma revista experiente como a Trip, editada por jornalistas talentosíssimos, não comete erros primários como esquecer de dizer que um determinado texto é uma ficção. E os leitores que ignoram a internet, que não acessam ou sequer se indignaram com o que leram? Esse "erro" foi reforçado o machismo, a discriminação de classe, e de cor, já que a maioria das empregadas domésticas brasileiras são negras e pobres.

Mesmo que o texto seja realmente fictício, a visão presente nele, de que o estupro teria um lado sociológico, de submissão da mulher, é errada, pois isso vai além de qualquer gilbertofreyrianismo. É falta de caráter.

Para assinar a petição que pede à revista Trip a publicação de carta de protesto contra o texto, clique aqui.

9.10.08

Sinhá Iracema

Um lado pouco conhecido do autor de grandes livros do romantismo brasileiro, José de Alencar, ganha projeção com a publicação de uma série de cartas em que o criador de Iracema defende abertamente a manutenção da escravisão no país. Apesar de já conhecidas dos pesquisadores, as cartas só agora chegam ao público, no livro Cartas a Favor da Escravidão, organizado pelo historiador Tâmis Parron.

São sete escritos públicos endereçados por Alencar ao imperador d. Pedro II em 1867, em que o escritor critica a decisão do soberano de encaminhar ao Legislativo uma proposta de discutir o fim da escravidão. "A escravidão caduca, mas ainda não morreu; ainda se prendem a ela graves interesses de um povo. É quanto basta para merecer o respeito", disse numa delas.

Autor romântico por excelência, José de Alencar escreveu romances regionalistas (Tronco de Ipê), indianistas (O Guarani, Iracema) e urbanos (Senhora, Lucíola), estes últimos considerados duas das mais importantes obras do romance romântico urbano brasileiro. De fato, em nenhum deles faz menções explicitamente negativas à escravidão ou sequer sugere que suas práticas devessem ser condenadas.

Na introdução do livro, Tâmis Parron afirma que o fato das cartas não terem sido publicadas durante todo o século XX se trata de uma "provável tentativa de expurgar sua memória artística de uma posição moralmente insustentável para os padrões culturais hegemônicos desde o final do século 19".

5.10.08

Seria mais engraçado se não fosse triste

Em dia de eleição, o único talvez em que o Rio vislumbre alguma possibilidade de mudança, nada melhor que o humor legitimamente carioca para lidar com a falta de esperança nos candidatos que ora se apresentam. Por isso, recomendo a todos, inclusive aos candidatos, se acesso a eles tivesse, o livro Guia Antiturístico do Rio de Janeiro (R$ 29,90), uma homenagem satírica feita à cidade no início dos anos 60, pelo escritor Marques Rebelo, em uma série de 14 colunas no jornal Última Hora.

Às vésperas da comemoração do quarto centenário do Rio, Marques Rebelo, um autor eminentemente carioca desconhecido das novas gerações, apesar de seu texto carregado de humor e ironia de qualidade, uniu-se ao cartunista Antônio Nássara e rabiscou o projeto de um livro que combinaria os textos de um e charges do outro. Só este ano o livro foi concretizado, numa parceria das editoras Batel e Desiderata, que convidaram o cartunista Jaguar, outro que leva a cidade no sangue, para ilustrar com charges suas o texto ácido do autor.

No prefácio, Millôr Fernandes define bem o livro, uma grande brincadeira organizada em capítulos curtíssimos, às vezes restritos a uma palavra, que simulam um guia turístico clássico e apresentam o Rio sempre com olhar de deboche ao epíteto de cidade maravilhosa. Transportes, educação, divisão administrativa, população, tudo é matéria-prima para a ironia e a crítica extremamente atuais, apesar de escritas há quase 50 anos. E é aí que dói um pouco ler o livro nesse domingo de chuva, tristeza e eleição, não necessariamente nessa mesma ordem.

Homer versus McCain

Pena este vídeo da FOX ser totalmente em inglês, mas acho que dá para todos entenderem, ainda que em linhas gerais. O vídeo será exibido pela televisão americana dia 2 de novembro, na antevéspera das eleições presidenciais.