"O jeito, no momento, é ver a banda passar, cantando coisas de amor. Pois de amor andamos todos precisados, em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente. Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando."
O trecho é a abertura de uma crônica sobre Chico Buarque, de outubro de 1966, escrita por Carlos Drummond de Andrade e publicada no extinto jornal carioca "Correio da Manhã". Encontrei a preciosidade por acaso, no fim desta manhã de quinta-feira, 1 de outubro de 2009. Tento me lembrar agora como cheguei ao texto, mas os neurônios desapareceram e não consigo saber. Bom, o fato é que descobri essa página do site oficial do Chico, que condensa diversos textos publicados sobre ele, sendo o primeiro este de Drummond e o último um da "Folha de S. Paulo", de julho deste ano.
Entre um e outro, ainda há outras maravilhas para buarquemaníacos como eu. Que tal um texto de Clarice Lispector? Ou Sergio Buarque de Hollanda falando do filho? Tem ainda Mário Prata decifrando o personagem Julinho de Adelaide, criado por Chico para driblar a ditadura, e diversos textos especiais feitos para comemorar seus 60 anos em 2004 (inclusive os de um maravilhoso especial que o JB fez, no Caderno B).
Dê um pulo lá, nem que seja para passar outubro inteiro lendo sobre Chico Buarque. "Pois de amor andamos todos precisados".
2 comentários:
GUilherme,
Já tinha lá entrado mas esquecí. Sou "fã" de Chico desde que me entendo como gente, tinha 12, 13 anos e tinha no meu quarto um "poster" do Chico com seu violão e a camisa do Fluminense.
Daí virei tricolor, aprendí violão e continuei a minha paixão pela poesia de Chico.
Vi Chico esse ano na Flip, depois de muitos anos sem o ver.
Decobri teu blog hoje ao acaso, aquelas coisas que andamos e não sabemos como chegamos lá......
"Pois de amor andamos todos precisados".
Bjs
Oi, Carmen,
Também sou fã do Chico desde que me entendo por gente. Esse ano, ele abrilhantou a Flip, né? Não teve para ninguém. A dobradinha com o Milton Hatoum foi o momento mais bem-humorado da quatro noites, eu acho.
Volte sempre. Que bom que gostou. Beijos
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