19.9.08

Leitores do New York Times fulos da vida

Leitores do New York Times estão lotando de e-mails e comentários os servidores do principal jornal americano reclamando do fato do governo usar o dinheiro público, colhido por meio do pagamento de impostos feito por eles, para salvar o mercado financeiro.

"Talvez o governo possa livrar minha família de pagar o carro ou quitar minha dívida de cartão de crédito, já que está sendo tão generoso", diz um leitor.

Aqui no Brasil volta e meia vivemos situações parecidas, quando dívidas impagáveis de empresas são perdoadas em nome da sobreviência de um determinado ramo da economia. Com a Varig, houve esse discurso, com a Eletropaulo idem. O senador Eduardo Suplicy, quando ouve críticas a seu Programa de Renda Mínima (que prevê o pagamento pelo governo de uma quantia fixa a todos os cidadãos que se encontram abaixo de uma determinada faixa de renda), contrataca dizendo que ninguém chia contra os financiamentos do BNDES a empresas. Quem argumenta dizendo que as grandes empresas criam empregos e geram riqueza, o senador replica que consumidores com dinheiro no bolso fazem a mesmíssima coisa (e mostra os números do Bolsa Família para provar).

E, em meio a essa discussão que tende ao infinito, o texto mais interessante que li motivado pela recente estatização de várias instituições financeiras nos Estados Unidos foi publicado no excelente blog O Biscoito Fino e a Massa, de onde tirei o trecho abaixo, um cutucão oportuno e de vara nada curta.

Num momento econômico como este, não dá vontade de aproximar-se de um desses fundamentalistas do mercado -- heraldos da sapiência infinita da receita neoliberal, Marios e Alvaros Vargas Llosa, aquela penca de economistas do tucanato, os engravatados moleques de recado do FMI e a longuíssima lista de catervas e congêneres –, tocá-los suavemente no ombro e sussurar nos seus ouvidos: e aí, companheiro, como anda a sua fé no dogma?

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