18.3.09

Textosetcetianas homenageia Clodovil

Ok, ok, eu admito que invento umas seções aqui no blog e depois ignoro completamente que elas existem. A pobre da Textosetcetianas, que deveria escolher todo mês um artista plástico cuja obra serviria como layout para o blog, é o maior exemplo. Tentando achar uma desculpa: como em fevereiro estivemos em merecidas férias, este mês ela volta em edição extraordinária, para homenagear o estilista-apresentador-deputador-gay-mor Clodovil Hernandez. Clô, para os íntimos (que eu, graças ao bom Deus, não era). Quem melhor para homenageá-lo do que uma das mais coloridas artistas plásticas contemporâneas?

Beatriz Milhazes, cujos quadros são verdadeiros carnavais caleidoscópicos, explodiu nos anos 90, apesar de ter sido uma das participantes da mítica Como vai você, Geração 80?, exposição da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio) realizada em 1984 e responsável por lançar alguns dos principais artistas plásticos brasileiros dos últimos 25 anos. O auge de Milhazes foi quando uma de suas telas (O Mágico, pintada em 2001) alcançou, em maio do ano passado, num leilão da casa Sotheby’s, em Nova York, US$ 1,049 milhão. Ela bateu o próprio recorde: sua tela Laranjeiras (2002/2003) havia sido vendida por US$ 465 mil em leilão da Christie’s, em Londres, em outubro de 2007.

O quadro escolhido para compor o layout do Textos etc (assinantes, só entrando no site para ver) foi o Noites de verão.

No site da galeria Fortes Vilaça, de São Paulo, encontrei um bom texto, que resume do ponto de vista artístico o trabalho de Milhazes. Reproduzo-o abaixo, aproveitando para indicar o livro Arte brasileira contemporânea - Um prelúdio (Silvia Roesler Edições de Arte), do crítico Paulo Sérgio Duarte, um ótimo guia para quem está perdido nas rápidas (e, muitas vezes, efêmeras) mudanças na arte contemporânea brasileira. Bom, aí vai o texto sobre ela:

A cor é um elemento estrutural na obra de Beatriz Milhazes. Seu repertório inclui questões relativas à abstração geométrica, ao carnaval e ao modernismo, assim como ao concreto e ao neoconcreto brasileiros, à op e pop art. Beatriz pinta flores, arabescos, alvos e quadrados sobre uma superfície de plástico, para depois transferi-los para a tela. Nas colagens, sobrepõe camadas de cor utilizando-se de papéis de bala e sacolas de compras, criando uma harmonia de excessos, cujo impacto pictórico espelha a sua pintura.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bela escolha, mas não posso deixar de comentar o leve tom preconceituoso de sua declaração sobre Clô...

Por que graças a Deus não era íntimo??? Achei pouco polido!!!

Abraço!

Guilherme Amado disse...

Não é preconceito, só precaução. Se tivesse sido íntimo dele, ele certamente teria brigado comigo. Odeio confusão.