29.5.06

Ricardinho, o aprendiz no trato com as mulheres

Desde pequeno, Ricardinho sempre foi usado pelas mulheres à sua volta. A mãe, as irmãs, a namorada e até a cadela fazem e desfazem do pobre rapaz. Vez ou outra, ele tenta dar seu grito de liberdade, mas até hoje não teve sucesso. Essa é a primeira de muitas histórias desse doce e singelo rapaz, nascido lá pros lados do interior do estado e um tanto quanto ingênuo.

Ricardinho, o aprendiz no trato com as mulheres apresenta:

Ricardinho versus a ameaça do Ricardão

- Amor, vou desligar. Desliga antes pra eu não ficar culpado?
- Ai, não, docinho, desliga você antes.
- Eu não vou ter coragem. Desliga, vai.
- Ontem fui eu que desliguei. Agora desliga você, docinho.
- Como assim, Mariana? Ontem a gente não se falou pelo telefone. Esqueceu que eu tava afônico?
- Claro que nos falamos, Ricardinho...
- Mariana, ontem a gente não se falou pelo telefone. Com quem você fez essa nossa brincadeirinha de quem desliga primeiro?
- Com ninguém, docinho. Precisa falar com essa voz?
- Mariana Vasconcelos, não me chame de docinho. Eu odeio quando você me chama de docinho.
- Ai, amor, como você é cínico. Há cinco anos eu te chamo de docinho e você nunca tinha me dito que odeia ser chamado de docinho. Cínico e falso!
- Mariana, não muda de assunto. Com quem você falou ontem?
- Ah, agora quer controlar com quem eu falo ou com quem eu deixo de falar, é? Manipulador, controlador. E ainda quer casar? Imagina quando botar uma aliança no meu dedo! Vai achar que é meu dono.
- Se eu colocar uma aliança no seu dedo! Se eu colocar!
- o quê!? Você está desfazendo nosso noivado? Seu canalha. Seu sórdido. Você me impressiona, Ricardo. Quero ver você encontrar uma namorada tão dedicada como eu. Quem passa minacora nas suas frieiras? Com certeza não é a vaca da sua mãe.
- Não fala da minha mãe porque ela é ótima com você. Parou até de apontar seus defeitos.
- Ah, agora eu sou cheia de defeitos. Faz o seguinte, então: vê se casa com a sua mãe, já que ela é tão perfeita. Pode passar aqui em casa pra buscar suas coisas.

Duas horas mais tarde, na casa dela, ele entra com o rosto inchado de tanto chorar.

- Mari, tô aqui na sala. Vamos conversar? Cadê você?
- Me esquece! Pega suas coisas e vai embora.
- Amor, eu falei aquelas coisas de cabeça quente. Eu te amo.
- Você ama é a sua mãe. Pra mim, só restam insinuações maldosas. Ricardo, como você ousa imaginar que eu te traí? Só porque eu fiz uma pequena confusão.
- Não foi isso que eu quis dizer, amor. Você sabe que eu sou louco por você. Só tinha achado estranho. Mas agora tudo bem. Sai desse banheiro.
- Não... não vou sair. Já liguei o gás do chuveiro. Vou me matar. (gritos de choro)
- Mariana, não faz isso comigo. Eu te amo. Sai desse banheiro. Fala comigo, Mari. Sai daí.
- Só se você pedir com jeitinho.
- Amor, você é a coisa mais importante da minha vida. Eu te amo muito, muito, muito. Você é meu chão, meu sol, minha razão de viver, minha causa, minha conseqüência.
- Ai, Ricardinho, aí já tá ficando brega.

Ela sai do chuveiro, de cabelo molhado, vestido preto e batom vermelhocom salto alto.

- Tá, Ricardinho, te perdôo. Mas só se você me der aquela blusa que você prometeu.
- Claro, amorzinho.
- E o jantar no Gero?
- Claro. Tudo pra ter você de volta.
- Ai, Rick, você é um príncipe!

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