29.9.08

A partir de janeiro, idéia perde acento

O presidente Lula pode até não saber (provavelmente não sabe), mas ao assinar o acordo para a reforma ortográfica hoje na Academia Brasileira de Letras fez um enorme favor aos milhões de brasileiros que escrevem diariamente em português no Brasil. Consegui uma síntese das regras mais importantes, para que você comece a treinar para janeiro de 2009, mês a partir do qual se tornará vigente o acordo.

Primeiro, o k, o w e o y entrarão no alfabeto, que passa a ter 26 letras. Bingo para os professores de inglês, que terão menos trabalho para lidar com o complexo de inferiridade das crianças que não entendem por que o inglês tem mais letras que o português. Outra novidade, essa bem-vindíssima, é a morte do trema, que desaparece totalmente e só fica em palavras estrangeiras, como Müller. Dessa forma, agüentar vai virar simplesmente aguentar e tranqüilo vai passar a ser tranquilo. Mas atenção: a pronúncia não muda em nada. Vamos continuar a falar trancuilo e não trankilo, como em espanhol.

A mais estranha mudança para mim é no acento agudo, que vai desaparecer nos ditongos abertos ei e oi. Ou seja: palavras como idéia e heróico passarão a ser ideia e heroico. O acento circunflexo, meu Deus, também vai desaparecer em palavras com o o e o e duplo. Agora, em vez de vôo e enjôo, vai ser voo e enjoo. Em vez de crêem e lêem, vai ser creem e leem. Muito estranho isso.

Mas nada que se compare ao sumiço do acento diferencial. Para os desavisados, vale lembrar que esse tipo de acento, que pode ser agudo ou circunflexo, serve para marcar a diferença de significado entre palavras com a mesma grafia. Atualmente, distingüe-se o pára (do verbo parar) do para (preposição) por meio dele. Pelo (combinação de per mais lo) e pêlo (do corpo) também são diferenciados pelo agonizante acento diferencial.

A última mudança signigicativa para nós, brasileiros, é sobre o hífen, cujo emprego só não é mais difícil que a vírgula. Agora, com a reforma, ele some quando o segundo elemento da palavra começar com s ou r. Nesses casos, as consoantes devem ser dobradas, como em antissemita (atualmente, anti-semita) e em antirreligioso (atualmente, anti-religioso). Quando os prefixos terminam em r, no entanto, mantém-se o hífen: super-resistente, hiper-requintado. Mas não se afobe não, que nada é pra já. As regras de emprego do hífen ainda não foram todas definidas. Palavras como pé-de-moleque ou café-da-manhã, hifenizadas caso a caso, ainda dependem de regras que serão criadas pela Academia Brasileira de Letras.

Tomara que não demorem tanto quanto a definição esse acordo assinado hoje, cujas discussões tiveram início nos idos dos anos 90.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esquisito, muito esquisito! Presidente analfabeto, que consegue escrever uma frase com 16 palavras e vários erros gramaticais, assina acordo ortográfico. O Brasil não é um país sério.

Anônimo disse...

Nossa o ex presidente não sabendo as regras da gramatica, isto não né.. Que orror né Lula.
PS:se eu escrevi alguma coisa errada não tem problema pq eu não sou presidente mesmoooo

Anônimo disse...

Você que escreve "orror" e o Lula que é analfabeto ?